segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

São tantas emoções

Hoje foi um dia especial, o último da Carla no laboratório do sono. Então eu vou postar a emoção dela por ela mesma. Enjoy!
“Queridos
Hoje eu estou colocando meu coração de 41 anos, quase 42 em teste. Minha princesinha Clarinha fazendo 1 mês de vida e eu a quilômetros de distancia, que sofrimento. Prometo não repetir mais a experiência longa de estar distante fisicamente, pelo menos se depender da minha vontade.
Meu último dia de Bellevue Hospital, com direito a "brunch" (o melhor que eu já presenciei, com salmão e bagels muito gostosos), muitos beijos, abraços, palavras queridas, algumas lágrimas, meu discurso e o discurso do Rapoport.
Haja coração!!!
Não sou mais a mesma! Mas acho que estou ainda melhor, e, o mais importante, continuo amando todos vocês!!!
Carlinha”

sábado, 29 de janeiro de 2011

Um ano na terra do Tio Sam

Hoje completa 1 ano da nossa chegada. Mas já estamos de partida. O Pedro está de férias e ontem teve a sua última aula. Ficamos muito orgulhosos com o seu desempenho escolar. O último compromisso profissional da Carla é segunda-feira, 31. Depois é empacotar tudo e preparar a nossa partida. Hoje veio o pessoal da Time Warner e, a partir de agora, estamos sem telefone residencial, TV a cabo e internet própria. Mas estamos conectados graças à rede das enfermeiras que moram acima de nós. E temos os celulares, embora ainda não saibamos se vamos manter ambos ou ficar com apenas 1. Ainda falta encerrar a nossa conta bancária. Além da conta de luz que é naturalmente a última de todas. Não sei bem como funciona.
Nós tivemos, na maior parte do ano, uma rotina normal de família: acordar cedo, preparar o café, arrumar os meninos pra escola, levá-los e depois buscá-los. A Carla ia pro hospital e eu ficava com as atividades típicas “do lar” como lavar roupa, passar aspirador, cozinhar, etc. Também tivemos nossos momentos de férias que foram as viagens a Baltimore e Washington, finalizando com Boston. Vimos todo esplendor e a decadência da cidade. O lado belo e o lado feio. O bom e o ruim. Fizemos grandes amigos. Vivemos as 4 estações e aqui elas são 4 mesmo. Em resumo: nós vivemos 1 ano relativamente normal, mas intenso e atípico, porque não estávamos “em casa”. O tempo voa e, num piscar de olhos, passou um ano de nossas vidas. Tentamos aproveitá-lo ao máximo. Acho que conseguimos. Um abraço a todos!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ainda a neve

Pois é. Escolas fechadas, calçadas e ruas intransitáveis, trens suspensos, etc. Tudo que é demais faz mal diz aquele ditado. E a neve em demasia é este transtorno todo. Os guris aproveitaram para brincar no pátio, onde tem uma montanha de neve. Aliás, desde o dia 26 de dezembro, quando eu postei aquelas fotos da primeira nevasca forte, a neve nunca mais derreteu totalmente e foi só acumulando a cada vez que caía novamente. Ontem nevou o dia todo, mas foi na madrugada que apertou e amanheceu deste jeito que vocês viram. Eu amanheci com a pá na mão e fiz tanto esforço que tive que tomar um tylenol há pouco. Foi impressionante ver a quantidade de pessoas que aderiram a uma espécie de mutirão para remover a neve da nossa rua. Passavam por mim também alguns imigrantes ilegais com a pá no ombro, tentando fazer algum dinheiro ao oferecerem-se para remover a neve das casas. Eu só espero que, quando formos embora, em menos de 3 semanas, não esteja este caos e não haja nenhum atraso no nosso voo. Abraço a todos!

Neve demais é uma M

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Última semana de NYU

A Carla saiu hoje sob uma temperatura de 12 graus negativos. É um frio que incomoda bastante porque, em Manhattan, sempre encana um vento. Daí a sensação térmica é de incríveis menos 20. É sua última semana cheia no Bellevue Hospital. Na próxima segunda-feira, 31, é o seu último dia de pesquisa. Ela está correndo contra o tempo para finalizar tudo. Os frutos da pesquisa ultrapassaram todas as expectativas: dois abstracts que serão apresentados em congressos americanos, um artigo científico (que os pesquisadores chamam de “paper”) que está em vias de conclusão e outro que ficará pronto no decorrer deste ano. Possivelmente o trabalho realizado aqui será transformado na sua tese de doutorado, substituindo o projeto que já estava em andamento antes da nossa vinda. Não bastasse tudo isso, eles pagaram passagem e a estadia para que a Carla apresente a pesquisa desenvolvida aqui num congresso em Barcelona no mês de Abril. Tudo isso me enche de orgulho. A Carla é uma mulher batalhadora que nunca desistiu do seu sonho que era viver por um tempo fora do Brasil. E ela conseguiu realizá-lo plenamente, juntando o útil ao agradável, pois todo este ano de aprendizagem refletirá num upgrade em termos profissionais, além da experiência de vida que todos nós colhemos. Abraço a todos!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Zé Colmeia em 3D e caixas

O cinema tem sido uma opção nestes dias frios. A família toda foi assistir YOGI BEAR em 3D. Eu achei sensacional a experiência em 3D. A Carla e as crianças também adoraram. O Pedro era o único de nós que já tinha ido assistir filme em 3D com o meu Pai no Cinemark do Bourbon Ipiranga. O Pedro não acreditou quando eu contei que o urso da história, no Brasil, é chamado de Zé Colmeia e a gente o conhece desde criança. Enfim, foi tão legal que, nesta segunda, eles foram ver um filme chamado “Enrolados” (Tangled). Não teve aula, pois era feriado (Martin Luther King Day). Eu fiquei em casa, mas a Camila foi e levou o Raul e a Laura. Imaginem a bagunça que os 4 fizeram no cinema!
Despachamos nesta semana uma caixa grande que chegará ao Brasil bem depois de nós. A transportadora pede 4 meses para a entrega. Ela vai de navio. Conseguimos colocar várias coisas que não caberiam nas malas como os patinetes dos guris, aquela barraca tamanho família que a gente monta na praia e substitui 5 guarda-sóis, a nossa árvore de natal e todos os enfeites, livros e brinquedos. Primeiramente pensamos que uma seria suficiente, mas já estamos considerando a possibilidade de uma segunda caixa. Credo! Como a gente junta coisas! Abraço a todos!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Marco e Camila

Se escrever é uma tarefa árdua, imaginem escrever sobre sentimentos. Mas não vou me furtar. Sem dúvida alguma, dentre tudo o que aconteceu aqui em NY, a maior alegria de todas veio da amizade que fizemos com o Marco e a Camila. Quando nos conhecemos, não sabíamos do laço estreito que ia se formar e o qual nós queremos conservar a qualquer preço. Quem me conhece sabe que eu prezo muito a amizade: adoro meus amigos e sou capaz de fazer qualquer coisa. Acredito que a amizade é a maior conquista de um homem. E hoje eu a Carla temos esta mesma convicção de que seremos amigos do Marco e da Camila “forever”. Este casal foi fundamental para que a nossa estada aqui fosse tão especial. Eles foram mais, muito mais que a “cereja do bolo” deste ano inesquecível. E a ligação foi imediata quando, no início de Abril, nos encontramos por acaso no playground do parque Crocheron. Eles têm um casal de filhos: Raul e Laura. O Raul tem 5 anos e logo ficou amigo do Pedro. Já a Laura tem 3, sendo apenas 9 dias mais nova que o Artur. Aliás, os dois se entrosaram tão bem que os adultos até brincam dizendo que parecem marido e mulher. E assim foi indo. Fomos vivenciando vários momentos juntos. Até o dia em que ficamos absolutamente confortáveis de deixar as crianças com eles. E não foi uma, mas várias vezes que isso aconteceu. O Pedro inclusive dormiu 2 vezes na casa deles e o Raul dormiu uma vez aqui na nossa. Todos estes momentos estão registrados em fotos, muitas das quais eu postei nos álbuns do PICASAWEB, e também num DVD que eu a Carla fizemos como presente surpresa de Natal. O mais legal é que este sentimento é recíproco. Nós conhecemos outros brasileiros, mas com ninguém mais houve tal química. Neste ano de 2011, eles planejam nos visitar em Porto Alegre em Novembro, pouco antes do casamento religioso que será em Fortaleza onde, certamente, estaremos presentes. Obrigado a Deus por ter colocado este casal maravilhoso em nossas vidas! Abraço a todos!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um ano de blog

Há exatos 365 dias eu iniciava este blog escrevendo “Uma cidade que habita o imaginário de várias pessoas. Visitar já é um sonho. Mas ir de mala e cuia pra lá, encarando o desafio de viver num país estrangeiro por 13 meses, é bem diferente....” Pois é! Um ano se passou e eu não sabia aonde isso ia me levar. E estou feliz com o resultado. O blog cumpriu seu objetivo que, na verdade, era bem simples: ele nunca deixou de ser um jeito legal de deixar todo mundo a par do que acontecia conosco. E se eu não fosse tão exigente comigo mesmo, poderia ter postado muito mais do que o fiz. Eu guardo uma grande admiração pelas pessoas que sabem escrever bem, pois, no fundo de minha alma, eu acho que gostaria de ser um escritor, ainda que medíocre. Mas, estou muito longe de sê-lo. Contudo, não sou infeliz por ter trilhado outro caminho. Como diz aquele filme, “cada um é para o que nasce”. Destino ou acaso, não importa. Tivemos a sorte de viver esta experiência maravilhosa, este grande desafio que é viver num país estrangeiro. E eu pude, do jeito que deu, brincando de escrever, passar um pouco pra vocês do que vivenciamos aqui. A palavra escrita, ainda que manejada por profissionais, tem suas limitações. Mesmo que eu tentasse exaustivamente, eu não conseguiria descrever tudo que sentimos ou vimos, enfim, tudo o que vivemos. Este não é o último post, mas eu já quero agradecer a todos que deixaram seus comentários, pois eles serviram de combustível para que eu continuasse a escrever. Abraço a todos!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As coisas legais de NY (Estados Unidos)

Vou enumerar hoje, em contrapartida ao meu post anterior, a lista das “coisas boas” que, se eu pudesse, levava na bagagem de volta para o Brasil. Em primeiro lugar, disparado, vem a segurança. Podem dizer o que quiserem, mas é um lugar tranqüilo à beça, mesmo sendo uma das maiores cidades do mundo. Há ladrões e roubos? Certamente, mas se vamos comparar, tende a zero. Nunca sentimos medo algum. Eu, por exemplo, fui ao Harlem à noite. Sem problemas. Podemos deixar coisas do lado de fora da casa. Ninguém mexe ninguém pega. O meu vizinho, Jimy, deixa a bateria (instrumento) e a bicicleta no quintal e não há cerca. Bastaria alguém chegar e levar. Em quase um ano, não vimos nada. Talvez sejam os frutos colhidos da “tolerância zero”. Sei lá. E esta sensação de segurança nós sentimos também nas outras cidades que visitamos: Boston, Baltimore, Washington D.C. Tudo na paz! A segunda coisa que eu mais gostei aqui é o investimento na educação. Foram 2 bilhões, só este ano, nas escolas públicas de NY. O resultado disso é: escola pública gratuita com uma qualidade muito boa e acessível para quase todos. Quanto aos métodos de ensino, não vou discuti-los aqui. Mas deu pra ver que é bem diferente do nosso país. Em terceiro lugar vem o retorno palpável dos impostos que são pagos em benefício da população: infra-estrutura de boa para ótima nas estradas, hospitais, parques, etc. Por exemplo, encontrar um banheiro público com calefação e água quente neste inverno cruel não é raro por aqui. E por aí vai. Quando a gente pensa na bagunça e desperdício do dinheiro público no Brasil, chega a dar raiva. Continuando a lista. Aqui se investe sério em pesquisa. A Carla é testemunha disso. Eles têm dinheiro até para recrutar pessoas para as pesquisas. Eu mesmo ganhei 200 U$ numa pesquisa de um colega da Carla. Por isso as coisas avançam também no campo científico. A saúde é cara, mas, dizem, de excelente qualidade. Graças a Deus, ainda não precisamos recorrer ao nosso plano de saúde. E pra finalizar, se a comida é cara e, em minha opinião, ruim, as roupas são incrivelmente baratas. É por isso que tanta gente vem pra cá de mala vazia e faz uma renovação completa do guarda-roupa. Vale muito a pena mesmo. Eletrônicos e eletrodomésticos também são muito mais em conta aqui do que no Brasil. E os carros? Bem, aí não tem graça falar, pois todo mundo sabe a diferença absurda de preço em relação ao Brasil. Aqui, qualquer um pode ter um INFINITI, por exemplo, pagando um leasing mensal. Mas não se pode ter tudo na vida, não é mesmo? Abraços a todos!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O mais longo dos meses

Certa vez, um amigo me disse que janeiro é o mais longo dos meses. O momento em que vivo, com a cabeça já no Brasil, corrobora esta crença. Também ajuda a ressaca após as festas de fim-de-ano. Mas tudo é relativo: pra quem tá de férias, passa rapidinho. E eu, apesar de não estar oficialmente trabalhando, não estou de férias. Uns podem pensar que sim, mas eu não me sinto nem um pouco em férias. Tenho todas as tarefas domésticas para fazer e os guris preenchem o meu tempo. Eles são a minha maior demanda. Fico feliz de acompanhar bem de pertinho o crescimento deles, em todos os sentidos. Mas confesso que já cansei dessa vida, dessa relativa paz e calmaria que é viver aqui.
A Deise e o Luiz se foram, para tristeza nossa e, especialmente, dos guris. Eles levaram mais duas malas para nós. O Pedro voltou à aula e eu e o Artur voltamos a nossa clausura, interrompida na visita dos amigos. A Carla está aproveitando seu último mês para escrever um “paper” sobre os estudos que desenvolveu até agora. Determinada como ela é, eu não duvido que ela consiga terminar a tempo de enviar para alguma revista importante. Ela está bem otimista em relação a isso. Para ela, ao contrário, o tempo está voando!
Estamos tentando acompanhar daqui os primeiros dias de vida da nossa afilhada Clarinha. Ver suas fotos nos dá alegria e uma força extra para este “final de partida”. Buenas, amigos, por hoje é só! Abraço a todos!